Nunca ouvi falar de nada especial que tenha ocorrido por ocasião do meu nascimento. Sou o terceiro filho. Tenho três irmãs: Rosa, Doca e Consuêlo.
Meu pai, da família de Manoel Furtado de Mendonça, homem sisudo, de pouca conversa, trabalhador, agricultor, um homem muito sério. E minha mãe, filha de Joaquim Pitombeira e Rosa de Freitas Pitombeira.
Andei pesquisando sobre a origem das famílias limoeirenses e verifiquei que as famílias Furtado de Mendonça e Joaquim Noronha de Andrade traduziam exatamente a origem do nome do meu avô, Joaquim Noronha de Andrade Pitombeira.
Mas, reportando-me à minha infância, tenho poucas lembranças a não ser as marcas de uma educação rígida. Morávamos com meus avós paternos, Manoel Furtado de Mendonça e Felícia Maia, que era uma mulher muito severa. Como era de se esperar, não escapei de duas boas sovas. Minha avó não alisava lombo de menino. Errou, passava-lhe a lâmina lisinha de talo.
A vida no Sapé era ma tranqüilidade... Quase não ia à cidade antes de entrar para o seminário. Só em época de Natal ou uma ou outra raridade, para assistir à missa aos domingos, às 4 horas da manhã.
Trabalhava na agricultura. Meu pai tinha umas terra na Baixa Grande e eu e minhas irmãs plantávamos e colhíamos algodão, feijão. Mas nem tudo são flores. A maior tristeza era quando, aos domingos, tinha que caminhar cinco quilômetros a pé (às vezes pedia um jumento emprestado); e eu ficava pastorando o gado que saía para beber água no “beiço” do mato. Causava-me ma profunda tristeza ficar duas horas ali sozinho esperando o gado matar a sede. Era minha obrigação. Quem assistia à minha solidão era um pé de catingueira grande lá na porteira do roçado, e eu, com medo ficava esperando, esperando... Seria essa a razão de eu hoje estar totalmente habituado à solidão?
sábado, 20 de dezembro de 2008
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