sábado, 7 de março de 2009
Sub umbra illius
quem desideravi, sedi
(Sentei-me à sombra
daquele que desejei)
Sombra não sou nem sou luz,
sou penumbra do ocaso,
quando um horizonte raso
a claridade reduz.
Busco a sombra do divino
onde quero me sentar,
na certeza de escutar
os anjos cantando um hino.
Mas vida é caminho incerto:
ora nos leva distante,
ora nos deixa bem perto.
Estarei no rumo certo?...
A doçura de um instante
pode virar um deserto.
Franco Sissa Pieira *
* Pseudônimo de Francisco de Assis Pitombeira
domingo, 18 de janeiro de 2009
Em verdade, em verdade...
(Trecho da homilia do Sábado de Aleluia, 14 de abril de 1979)
"Cada um de nós deve estar atento àquilo que seja a vontade de Deus. Mesmo que essa vontade nos fale de uma maneira difícil de a gente entender. Estejamos atentos porque o Espírito Santo dentro de nós, nosso hóspede, está justamente para nos dar aquela luz que o Cristo deu a Paulo, para que reconhecesse nele não o inimigo, mas realmente aquele que havia sido anunciado como salvador de todos."
(Trecho da homilia da missa de 13 de maio de 1979)
"Este negócio de ficar dizendo: “Não preciso de Igreja, eu me comunico com Deus; pessoalmente eu resolvo os meus problemas espirituais, diretamente com Deus; não preciso de Igreja” – é errado, totalmente errado. Isso está fora da mensagem de Jesus Cristo. Deus nos salva enquanto pertencemos ao povo de Deus, enquanto membros desse povo. Cada um tem que se apropriar pessoalmente dos méritos da salvação, da graça de Cristo. Mas onde é que busco essa graça? Onde é que eu colho essa graça? Onde é que eu vou buscar essa semente? Qual o reservatório dessa semente espiritual que me faz nascer e crescer e frutificar para Deus? É a Igreja, aquela pia batismal que lá está , onde quase todos nós aqui nascemos para Deus, espiritualmente... Lá é o celeiro dessa semente espiritual, onde nascemos para Deus. Mas não é meu esse celeiro, não é seu, não é de ninguém: é de todos nós enquanto povo de Deus."
(Trecho da homilia da missa de 13 de maio de 1979
"Já, pois, filhos de Deus, já somos filhos de Deus. Só que aquilo que Deus, na sua bondade, no seu amor, quer fazer por nós ainda não se manifestou em sua plenitude, a perfeição daquilo que o Pai quer realizar em nós, isto, sim, não se realizará neste mundo, mas depois que formos chamados para o dia do Senhor.
(Trecho da homilia da homilia da missa de 4 de agosto de 1979)
"Este pão, fabricado, feito de tantos grãos de trigo, que representam a nossa solidariedade e nossa comunhão de fé, este vinho, resultante de tantas uvas esmagadas, que também simbolizam a nossa integração aos mesmos objetivos, à mesma fé, devem ter uma expressão concreta, o testemunho social de união para resolver também os problemas de justiça, os problemas sociais, os problemas de solidariedade humana.
Meus irmãos, ovelhas do Bom Pastor, que ouvem a sua voz, essa é a voz de Cristo, o apelo do Bom Pastor para os nossos dias. Demos não só no templo, mas na sociedade, na comunidade onde vivemos, este testemunho de solidariedade, de amor e de fraternidade."
(Trecho da homilia da homilia da missa de 4 de agosto de 1979)
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
O pastor e sua aldeia - parte IV

Também tive essa satisfação de sempre viver no meio de jovens, o que me deu uma certa modulação, no sentido de entender as transformações, as mudanças, como essa que a gente vive.
Era o que eu poderia dizer a respeito da cidade de Limoeiro, do seu povo, da sua população, que foi constituída inicialmente de poucas famílias e, justamente por essa situação de viver um pouco à margem das rodovias, parece que houve muitos casamentos interfamiliares, de forma que é difícil você não ter um parente quando vai para a terceira ou quarta geração. As famílias quase todas têm lá o seu tronco comum. Isso talvez explique também um pouco o fato de a cidade conservar esses traços de personalidade própria que a distinguem de Russas, de Morada Nova, de Tabuleiro, etc., sem nenhuma crítica a essas nossas cidades vizinhas, irmãs, já que cada uma tem sua maneira de ser, tem seus costumes, suas tradições.
O pastor e sua aldeia - parte III

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
O pastor e sua aldeia - parte II

No entanto, na história da nossa cidade, bem no fim da década de 30, houve um acontecimento, um fato, uma realização importante dos nossos pais e avós, que foi criar na cidade uma rede de escolas de 1º e 2º graus, começando pelo Grupo P.e Joaquim de Menezes, depois Escola Normal de Limoeiro, Colégio Diocesano, Patronato e assim por diante. Essas escolas atraíram jovens não só do município de Limoeiro, mas dos municípios vizinhos e até de outras regiões do Estado. Acredito que isso tenha dado ao nosso povo essa qualidade, essa nota de acolhimento de todos aqueles que vêm de fora. Às vezes a gente, conversando, diz que Limoeiro se abriu demais; devia ter preservado um pouco a sua intimidade, a sua privacidade. Mas eu acredito que isso é realmente um fato positivo para o nosso povo. Nosso povo não faz nenhuma discriminação a quem quer que chegue aqui, se instale e queira trabalhar, e acolhe qualquer um como sendo mesmo limoeirense, haja vista aí a nossa câmara Municipal pelos títulos de cidadania que tem concedido a muitas dessas pessoas. Algumas realmente mereceram por trabalhos aqui realizados; outras talvez mais por questão de influência de natureza política ou amizade pessoal com algum vereador.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
O pastor e sua aldeia - parte I

Bem, passando aqui um ano, eu participei da vida estudantil daquele tempo no Educandário Padre Anchieta, e ainda me lembro de que Limoeiro era muito mais animado, no sentido de congregar o povo para a realização de festas cívicas e religiosas. Isso, acredito, a cidade hoje perdeu muito. Também a cidade cresceu e os centros de interesse das pessoas hoje são outros. A entrada da televisão, por exemplo, é um fato que todo o mundo conhece. Em vez de aumentar a comunicação entre as pessoas, fez com que estas se isolassem mais um suas casas, nos seus lares. O ponto de atração é, na verdade, a telinha da televisão.
No meu tempo de seminário, o tempo de férias eu passava quase sempre lá no Sapé, onde nasci, mas tinha muito contato com a cidade, especialmente no que se refere ao meio religioso. Desde 1953 minha vida passou a se identificar com a vida da própria cidade, tanto no setor do trabalho de educação quanto naquilo que é uma atividade minha, específica, como um ministro da Igreja.
domingo, 4 de janeiro de 2009
A dor que deveras sente

Eu queria fazer um poema em que as palavras
fossem a medida exata do que eu quisesse dizer.
Não escrevi o poema...
Eu queria um amor que da chama tivesse o ardor,
o brilho, o dom de mover-se graciosamente,
resistindo ao vento e recuperando-se vertical
em suas raízes profundas.
Desisti de amar...
Eu queria uma fé que fizesse ver o visível e o invisível
por todos os desvãos de sua casa.
Tropecei no primeiro paradoxo...
Descobri, afinal, que o verdadeiro poema
é o por-fazer-se-com-palavras, chamas,
que o amor é o por-achar-se no que não tem medida,
que a fé é o poema que ainda não escrevi
e o amor que ainda não achei na câmara escura da vida.
(18.abril.1995)

Meu rio é como se fosse.
Tem a graça feminina
de prometer (e não cumprir).
Fecunda as águas perenes
e segredos sussurrados
nas ramas das ingazeiras.
(Choveu encheu...)
Espumante torrente ainda há pouco.
(Correu, mar bebeu...)
Agora modesto regato.
Não se passa no meu rio duas vezes...
Rio sem liquidez.
Mas tem fúrias napoleônicas...
Sangrou em Orós.
Saltou barrancos em Jaguaribe.
Rugiu em Castanhão.
Acuou em Tabuleiro.
Espreguiçou-se nas várzeas do Limoeiro.
Sumiu nas águas baixas do Aracati.
Meu rio, já!
Rio dos Jagurares.
(Abril/maio de 1986)

Rumores de ante-sesta
Além bate um martelo
no metal de uma voz radiofônica,
e estilhaços de som de uma balada
me ferem em semi-sono.
Zumbidos indistintos se desmancham
nos túneis dos ouvidos.
Tênues raízes de um sonho
flutuam em água turva.
Pouco a pouco habito um mundo informe
por trás dos olhos cegos e do ouvido surdo.
Infinito parênteses,
sem dor, sem alegria do que fui,
nada mais
que uma vaga lembrança inconseqüente.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Jogos Estudantis Jaguaribanos (Olimpíadas)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
2º Diretor da FAFIDAM
Entre o Colégio Diocesano e a FAFIDAM
Foi no Colégio Diocesano que estudaram tantos e tantos homens de bem que honram até hoje o nome do Colégio. Personalidades que se destacaram nos mais diversos ramos de atividades, porque saíam do Colégio e eram aprovados facilmente nos vestibulares e concursos Brasil afora.
Colégio Diocesano - décadas de 60 e 70

Na década de setenta foi que a matrícula aumentou bastante. Recebia alunos de São João do Jaguaribe e de Tabuleiro. Há até uma história interessante de dois irmãos de Tabuleiro que só possuíam uma camisa da farda. Um estudava pela manhã e o outro à tarde. A troca das blusas era feita no meio do caminho, na areia do rio. Um ficava esperando o outro para fazerem a troca.
O Colégio teve sua fase áurea [na década de 70]: aluno do Colégio Diocesano era facilmente aprovado nos melhores colégios de Fortaleza para cursarem o científico.
O Colégio Diocesano
O Colégio tinha os cursos Primário e Ginasial. Eu fui ensinar latim e francês. Como eu tinha que supervisionar o internato do Colégio, minha vida era praticamente absorvida por isso. Havia vida esportiva no Colégio: os alunos jogavam pela manhã, e à tarde sempre tínhamos externos que jogavam. Eu gostava de jogar com os alunos. Inicialmente, de batina; depois, sem batina.
